Em sua solidão ele estava... um dia vazio havia passado mais uma vez pela sua vida... ele retornava para casa, amuado, entristecido, apodrecido em plena vida. Desde quando ele tornara-se um zumbi, ele não sabia. Apenas desconfiava...
A distância de pessoas aumentava... não que ele as evitasse, nunca, ele era extremamente social até. O que ocorria então, com o jovem rapaz? Os olhos fundos... o aspecto triste... uma sombra de sorriso perpassava seu rosto por vezes, quando uma boa música lembrava-lhe tempos antigos, não vividos, quando abstrações cinematográficas ou literárias conseguiam-lhe brotar novamente a velha semente esquecida dentro do peito. Mas eram balas de hortelã que duravam poucos minutos, e o fim do gosto era amargo. Uma felicidade artificial, embalada em pacotes separados com previsão de ínfima duração.
Ele queria aquela eterna tocha flamejante no peito. Seria possível? Seria mito?
Sem ter a resposta, o rapaz sozinho, sentou-se em sua cama, derrubou uma lágrima, abraçou o travesseiro-namorada, sobre a pressão de si mesmo, perdido, em busca agora, de sentir o gosto da bala de hortelã que seriam as próximas horas de sono...
17.12.2005
2 comments:
já disse uma vez meus charás: "as próximas horas serão muito boas"
e é isso que importa
Ode aos corrompidos! Ode aos mitológicos mortais, ode aos seus ideais mesquinhos! Ode ao fraco, aos que não vivem as suas essências! Pobre rapaz... É como todos os humanos...Chupa "balas" ao invés de romper e viver a verdade...Viver de verdade...Sim, é tudo vaidade...utopia e contradições.
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