Mais uma vez nasce o Sol, novo dia
Com o céu azul de sempre e a vida vai...
Cada respiração de alegria
Ou mesmo as tristezas com um "ai"
Vão-se, vão-se, em seu remo
Bem, mas bem devagar, sem se importar
Que cada instante é um instante extremo
Que nunca, nunca mais irá voltar...
As horas tem suas asas apressadas
E nos escapam sem concentração
Todas as nossas moedas tão douradas
Já correm esquizofrênicas da mão
Que quer sempre agarrá-las e domá-las
Esta mão tão sedenta de emoções
Tão em busca de vida, olhe só...
Tanta vida contida aos corações
E fechamos aos olhos à tal Sol!
Todo nosso tesouro aqui guardado
Tão, mas tão, tão e tão perto que não
Lembramos de abrí-lo; e tal amado
Valor (Tão fácil! Tão caro!) alazão
Permanece escondido no celeiro
Bem florido de nosso coração
Com flores, mais flores de pessegueiro
Carpe diem...
Quem pode aproveitar bem o seu dia?
Se todos os desejos lhe inebriem
Odaliscas dançantes de orgia
Quem em nossa prisão só se satisfazem?
Quem pode o seu dia aproveitar
E realmente ser pessoa feliz
Sem da própria gaiola libertar
Além dessa ilusão feita de giz?
Por mais que outra saída nós queiramos
O portal é sim único e também
Diverso e adverso ao que desejamos
Sereno mar bravio de braços zen:
Seu nome é Simplicidade...
Só é feliz quem não tem pedras ao
Caminho, porém, só não as tem quando
Tem por desejo o nada, este tal-
Te-Ching de mãos que sempre abanando
Estão; mas, também com a mente leve
Livre, liberta e louca a ensaiar
O gosto ao qual nunca se atreve:
Do retirar sua touca e curva
Seu corpo de puro éter aos desejos.
Obesos sem beijos; odaliscas
Escandalosas sem nenhum ensejo...
Névoas que se vão quando algo o beliscas.
É só um sonho esta vida que é um sonho.
O que te sobra é a simplicidade
Com a beleza e a feiura do bisonho
Olho que observa a realidade
Tão nua se sem nenhum erotismo
Tão bela e sem nenhuma atração
Tão sua sem copismo ou modismo
Tão simples, como simples equação...
Aproveitar o dia é só sorrir
E se atrasar meste mundo a esmo
Aproveitar o dia é ouvir
O coração que fala em você mesmo...
16.10.2004
7 comments:
E o final me lembra noite de insonia,quando se fica parado pensando em mil coisas sem conseguir dormir, e quando ja não tem o que pensar, surge no meio do silencioso escuro da hora de descanso o barulho do coração, que na infancia usamos a ornomatopeia "tum tum" para nos referir a este.O que tudo tem o coração a ver com vida simples, já que este é a sua essencia, nunca vi ninguem andando por ai com o coração parado!Alias andam por ai fatalmente acelerados!
O desenvolvimento humano parece que atrofiou nossa visão, só reparamos no que passa rapido e longe e pequenas coisas, como esse poema, nós deixamos escapar!
gostei que você postou...
e gostei do que você postou!
abraços querido
ai cara vc passou lá no ohdistancehasnoway.blogspot.com
resolvi dar uma olhada...
gostei cara...
vo sempre dá uma olhada
e vo coloca um link pra vc blz?
abraço...
carpe diem.
:)
sonhos secretamente guardados.
;D
4 pimpolhos de cabelinhos balançantes...
(L)
'Tão sua sem copismo ou modismo
Tão simples, como simples equação...'
tá,nem tão sua assim.
mas a frase é legal.
;]
Esmeralda.
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Eu simplesmente amo tuas palavras que destilam de teu coração tão intrinsico, tão pungente, tão sensível, tão belamente... humano.
Um beijo desde o fundo de meu mar da Armação doPantano do Sul,
Thera Ivi
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